A consciência ambiental e a sustentabilidade são temas cada vez mais presentes nas nossas vidas. É fundamental repensarmos os nossos hábitos de consumo e adoptarmos hábitos que promovam uma relação mais harmoniosa com o meio ambiente. A organização da nossa casa é uma área onde fazer escolhas conscientes tem grande impacto. Opções ambientalmente conscientes são aquelas que valorizam o que já temos, promovem a reparação do que for possível, transformam o usado em novo, incentivam a troca ou empréstimo de materiais e priorizam apenas a compra do essencial.
Utilize o que já tem
O primeiro passo para uma vida mais consciente é valorizar e aproveitar ao máximo aquilo que já possuímos. Muitas vezes, somos tentados a adquirir novos objectos, mesmo quando os que temos ainda estão em perfeito estado de uso. Ao utilizar o que já temos, reduzimos a procura por novos produtos, economizamos recursos naturais e reduzimos a quantidade de resíduos gerados.
Muito se fala em obsolescência programada – quando os produtos são feitos para deixarem de funcionar ao fim de X tempo. Lutar contra esse problema é difícil ao nível individual. É necessária legislação e fiscalização para evitar esta prática ambientalmente perigosa. Mas já ouviu falar de obsolescência percebida? Frequentemente sentimos o desejo de comprar um novo produto, por exemplo, um smartphone, quando o que temos funciona perfeitamente. Isto acontece porque surgiu uma nova versão com pequenas alterações ou com uma estética diferente. A pressão social e os media têm um papel determinante na obsolescência percebida. Mas lutar contra esta sensação está ao nosso alcance. Nós podemos escolher usar o que já temos e não comprar o novo modelo do nosso smartphone, que ainda funciona. No que respeita a organização da sua casa o mesmo é verdade. Se temos um cesto funcional devemos usá-lo e não substituí-lo por um novo que é publicitado em campanhas de marketing.
Repare o que for possível
Vivemos numa cultura do descarte rápido, em que muitas vezes é mais fácil e barato substituir um objecto defeituoso do que repará-lo. No entanto, aprender a reparar as coisas pode não só economizar dinheiro, mas também contribuir para a redução do desperdício. Ao prolongar a vida útil dos nossos objectos através de pequenas reparações, estamos a dar-lhes uma segunda vida e evitamos que acabem em aterros.
Transforme o usado em novo
A criatividade pode ser uma aliada poderosa na busca por uma vida mais sustentável. Muitas vezes, o que consideramos como velho ou sem utilidade pode ser transformado em algo completamente novo e útil. Na Logical and Light Living defendemos o princípio “Reutilizar para Organizar”. Um arquivador de papéis pode ser utilizado para arrumar cebolas, copos de velas para guardar temperos, uma embalagem de pastilhas de detergente pode ser usada como caixa de panos de limpeza, uma caixa de medicamentos transformada num guarda-jóias, uma caixa de brinquedos de criança transformar-se na caixa de ferramentas de uma família, ou mesmo uma lata de café num pilhão. Todos estes exemplos, e outros, podem ser encontrados nas nossas redes sociais. Existem inúmeras maneiras de dar uma nova vida aos objectos que já não utilizamos. Além de estimular a nossa criatividade, essa prática contribui para a redução do consumo e do descarte de recursos.
Trocar ou emprestar
A troca e o empréstimo de materiais são práticas antigas que têm sido valorizadas cada vez mais nos dias de hoje. Ao invés de comprar algo novo, por que não trocar com amigos ou familiares? Ou ainda, por que não emprestar aquele objecto que usa apenas ocasionalmente para alguém que realmente precisa? Essas práticas não só promovem o compartilhamento e a solidariedade, mas também ajudam a reduzir a quantidade de produtos que são produzidos e descartados. Ferramentas específicas, artigos de jardinagem, máquinas de costura, formas de bolo, são apenas alguns exemplos de objectos que, não sendo usados no dia-a-dia pode pedir emprestado a familiares ou amigos e devolver depois de usar. Existem inclusivamente alguns grupos onde essa partilha é fomentada entre vizinhos.
Compre apenas o essencial
Por fim, é importante repensarmos os nossos hábitos de consumo e priorizarmos aquilo que é realmente essencial para nós. Muitas vezes, somos influenciados por uma cultura do consumismo, que nos faz acreditar que precisamos constantemente de coisas novas para sermos felizes. No entanto, ao reduzirmos o nosso consumo e comprarmos apenas aquilo que é realmente necessário, podemos não só economizar dinheiro, mas também reduzir o impacto ambiental das nossas escolhas.

Tomar opções ambientalmente conscientes na nossa vida pode parecer um pequeno gesto, mas pode ter um impacto significativo tanto para o meio ambiente como para a nossa qualidade de vida. Ao valorizarmos o que já temos, repararmos o que for possível, transformarmos o usado em novo, trocarmos ou emprestarmos e comprarmos apenas o essencial, contribuímos para a construção de um futuro mais sustentável para todos.
