Vou para fora, e agora? Programas de Intercâmbio

Nos tempos actuais é comum fazer-se um programa de intercâmbio, seja dentro da Europa ou noutro continente. O mais conhecido é o programa Erasmus, no qual os estudantes passam 6 meses a 1 ano a estudar numa Universidade de outro país Europeu. Mas existem muitos outros fora da Europa e até noutras fases da vida, como em estágios profissionais ou em formações inseridas numa empresa.

Se vai fazer um destes programas, este artigo foi pensado para lhe facilitar a logística envolvida. Enquanto estudante de licenciatura fiz o programa Erasmus em Nijmegen (Países Baixos) e enquanto assistente de investigação fiz o programa Leonardo da Vinci em Kassel (Alemanha). Sempre fui uma pessoa organizada e essa característica foi muito útil nestas fases, mas se me tivessem dado uma lista de informações úteis teria sido muito útil. Após a minha chegada ao destino descobri que me faltavam várias coisas.

Onde, como e com quem?

Ao escolher o país de destino deve ter em consideração factores profissionais/académicos e factores intrínsecos.

Os primeiros são os mais óbvios, como as características do local ou a facilidade/dificuldade de obtenção de equivalências nas unidades curriculares junto da Universidade de origem. Ou se o local onde vai trabalhar e/ou receber formação é adequado às suas necessidades. Informe-se acerca destas questões junto da sua Universidade/entidade empregadora/formadora.

Os factores intrínsecos dizem respeito às nossas características individuais, é importante que nos conheçamos bem para ter em consideração o que queremos enfrentar durante este período. Por exemplo, se é uma pessoa que gosta de um clima frio ou não consegue viver muito tempo longe do sol, que línguas domina, até que ponto está disposto a viver num país onde não fala a língua local. Todos estes aspectos devem ser considerados na escolha do país de destino.

Verifique as características do clima para a altura do ano em que vai lá estar. Caso não tenha roupa adequada a esse destino pode começar a procurar cá. Por exemplo, se for para um país frio no qual vai nevar durante a sua estadia, é importante investir numas botas para o efeito. Pode perguntar à família e amigos se têm um casaco apropriado para a neve, é possível que consiga que lhe emprestem alguns itens e escusa de fazer compras desnecessárias.

Com quem vai também é um factor importante a considerar: vai sozinho, com amigos, com colegas ou algum familiar. Viver sozinho noutro país traz oportunidades de crescimento e desenvolvimento em várias esferas da nossa vida, que vão muito além do maior domínio de outra língua. Mas também implica desafios, como a solidão inicial e o só depender de si para todas as decisões. Por outro lado, ir acompanhado pode representar mais conforto, mas também possíveis atritos. Se está a ponderar ir com alguém fale abertamente com essa pessoa, discutam as vossas rotinas e como podem criar hábitos no vosso dia-a-dia que permitam viver de forma harmoniosa. 

Na mala de viagem:

Não leve a mala cheia, sei que é tentador levar todas as opções de roupa e sapatos, incluir vários objectos sentimentais na bagagem e mais aquele creme porque não sabemos se lá vendem o que mais gostamos.

Mas a realidade é que dificilmente vai morar num sítio onde não existam produtos de higiene adequados e lojas de roupa, se alguma coisa fizer mesmo falta. E definitivamente vai formar novas memórias e adquirir alguns objectos sentimentais novos. Deixe espaço na sua bagagem para os trazer.

Ao preparar a mala não se esqueça de incluir – se não estiver incluído no alojamento onde vai ficar – roupa de cama e toalhas de banho. Não vai querer chegar à sua nova morada cansado(a), com malas para desfazer e ainda ter de ir comprar estes itens.

Caso venha a Portugal durante o intercâmbio, aproveite essa viagem para trazer roupas ou outros objectos que já não vai necessitar até ao regresso definitivo.

Pode ainda usar um serviço para despachar a sua bagagem de e para Portugal através de um serviço especializado, como por exemplo o da Eurosender.

Antes de partir:

Reserve o seu alojamento cá, não marque um hotel para as primeiras noites pensando que depois vai encontrar um quarto em conta. Planear poupa dinheiro e muitas chatices.

Inscreva-se na orientation week, praticamente todas as universidades têm uma semana – ou mais tempo – durante a qual estudantes locais levam os estudantes de intercâmbio a conhecer a cidade e a participar em actividades. Esta é uma oportunidade para conhecer pessoas e sítios interessantes. Mesmo que ache que se consegue desenvencilhar sozinho(a) – e provavelmente consegue – não subestime a importância de uma rede de apoio, sobretudo estando longe de casa.

Planeie as suas deslocações, informe-se sobre o modo de deslocação no país de destino, em muitas cidades da Europa é de bicicleta que as pessoas vão para todo o lado. Noutros sítios compensa fazer um passe mensal para os transportes. Por forma a estar informado(a) quando chegar ao destino, pesquise antes de partir e não gaste dinheiro desnecessariamente.

Verifique se necessita de passaporte ou apenas de cartão de cidadão para viajar, e veja a validade destes documentos. Se necessário renove-os atempadamente.

Peça no site da Segurança Social o Cartão Europeu de Seguro de Doença. Se necessitar de cuidados de saúde públicos em caso de doença ou acidente em viagem ou estadia temporária, este cartão garante-lhe esse acesso nos países da União Europeia, Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça.

Marque uma Consulta do Viajante: existem cuidados de saúde específicos que devem ser tidos em consideração em função do país de destino e características da viagem, como a altitude, exposição solar, animais, surtos epidémicos específicos, entre outros. Mesmo dentro da Europa, onde não existem doenças tropicais, pode ser candidato a medicação especial caso vá subir uma montanha ou vá para destinos habitados por determinadas espécies de carraça, por exemplo.

O mais importante:

Abra a mente! O objectivo da sua viagem não é meramente académico/profissional, vai também conhecer pessoas e culturas diferentes. Não as julgue, conheça outras realidades e dê a conhecer a sua. Só assim podemos realmente crescer e aprender a viver em sociedade.

Está a planear um intercâmbio ou conhece alguém que o vai fazer? Guarde este artigo e partilhe-o!

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Posts Recentes