Sótãos- Espaços organizados e com história

O sótão da Anne Frank diz-lhe alguma coisa? E o sótão onde vivia Linguini e o seu rato Remy, recorda-se? Leu em criança o livro infanto-juvenil “Os sótãos furados? O que têm estes sótãos em comum? Bem, todos eles contam histórias diferentes, porém todas despertam a nossa imaginação para nos transportarmos para dentro das suas narrativas.

Historicamente os sótãos foram assumindo várias funções. Gregos e Romanos usaram estes espaços para guardarem mantimentos. Na Idade Média estes locais foram escolhidos para guardarem objectos valiosos ou serem quartos de criados. Já durante o Renascimento foram palco de obras de arte, obras literárias e invenções. Eram um espaço eleito por artistas. E no século passado, face ao aumento da população nas cidades, e por dificuldades económicas de muitas famílias, os sótãos foram usados como pequenas casas.

Porém, hoje em dia os sótãos já são bem versáteis no que diz respeito à sua utilização.

Comecemos por pensar que se o sótão faz parte da casa então também faz parte de quem a habita. Por isso esta área poderá muito bem ser um reflexo da personalidade e dos interesses de quem habita a casa.

Os sótãos dos nossos avós e até bisavós eram muitas vezes um verdadeiro museu para os mais novos. Ficavam por lá perdidos a remexer e a encontrar as mais variadas coisas. Coisas essas que contam partes da história da família. Bugigangas, roupas antigas, brinquedos de outra época, documentos e papéis importantes e até jogos, ferramentas e livros.

Mas, actualmente a utilização dos sótãos mudou e faz sentido ter esses espaços a uso, tal como qualquer outra assoalhada da casa. Se a sua dimensão o permite até são usados como espaços multifuncionais. Poderão acumular função de arrumação juntamente com a de atelier ou de home office, ou serem utilizados como quarto de brinquedos e em simultâneo uma sala de jogos.

Muitos preferem transformá-lo em quarto de visitas ou até numa mini casa.

Se tem um sótão que apenas serve para arrumação de itens que usa com pouca frequência, este espaço não precisa ser uma bagunça. Suba ao seu sótão e reavalie o que para lá tem colocado. Saiba que mesmo não sendo um espaço visível diariamente, saber que o mesmo está limpo, arrumado e organizado trará uma boa sensação. Reconheça que se necessitar de lá ir buscar algo não irá stressar pois tudo terá um local específico.

Tenha a coragem de subir as escadas e iniciar a tarefa de avaliar, destralhar e arrumar com lógica. Siga os seguintes passos para ajudar na tarefa:

  • De que forma quer usar o seu sótão? Planeie o espaço de acordo
  • Avalie tudo o que tem e separe por categorias (manter, doar, vender, deitar fora)
  • Limpe o espaço e verifique os móveis e recipientes de arrumação que precisa. Veja o que já tem em casa e pode aproveitar, às vezes basta uma pequena transformação – como forrar uma caixa. Faça uma lista do que precisa de adquirir, como caixas, sacos, estantes, baús ou prateleiras e compre apenas o necessário e adequado às medidas do seu espaço

Não compre nada que não vá maximizar o espaço e/ou que não cumpra a função de organizar os seus itens.

Sacos de vácuo são óptimos para colocar roupa.

As caixas deverão ser de plástico.

Utilize ganchos para pendurar itens de maiores dimensões.

Tudo deverá estar identificado no exterior com etiquetas.

  • Organize as suas coisas por “famílias” e arrume-as

Uma vez que poderá ser um espaço pouco utilizado fazer uma listagem de tudo o que consta no sótão pode revelar-se útil.

  • Faça uma manutenção regular para manter tudo organizado

Com esta acção evita acumular coisas desnecessárias.

Mais uma recomendação: avalie as condições de acabamento do seu sótão. Face à utilidade que lhe queira dar saiba que o ambiente deverá ser controlado: as variações de temperatura, de humidade e a circulação do ar interferem na manutenção da área e do que lá coloca. Caso o seu sótão não reúna as devidas condições, e para que não tenha surpresas desagradáveis, evite lá colocar fotografias, roupa pessoal e de casa, livros, papéis e documentos, e até electrodomésticos.

Presentemente muitas das pessoas erradicaram a ideia de terem um sótão que sirva de depósito, negligenciado e sem manutenção.

A valorização destes espaços passa por aproveitar o seu potencial. São projectados levando em conta a sua luz natural, aplicando acabamentos de qualidade e preocupando-se com o isolamento térmico e acústico.

Olhe para o seu sótão e veja-o como mais uma assoalhada da sua casa, que terá uma história para contar. Mas que não seja uma história de um sótão triste e abandonado ao longo do tempo.

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